Olhos de Voyeur e dedos de Flaneur foi o tema da palestra do professor e jornalista Benedito Diélcio Moreira, na terceira noite da Semana da Comunicação (18-11). Ele iniciou destacando as pesquisas que vem desenvolvendo com jovens, desde 1998, que estudam os comportamentos e sentidos produzidos por este grupo, que produziram subsídios para a reflexão de ontem.
Diélcio procurou mostrar o sentido das metáforas de voyeur e flaneur. Voyeur como o ato de olhar. “Quando olhamos é como se estivéssemos tocando com as pontas dos dedos o objeto olhado”, destacou. O olhar é tátil, traz para o cotidiano o afeto e o conhecimento, é sedutor e seduzido. Contém a experiência erótica exigindo a proximidade física ou virtual.
Já em Flaneur que é derivado do verbo passear/caminhar, é ressignificado por Baudelaire, como um caminhar diferente dos outros, um modo de ser. O olhar de flaneur é um olhar que se embriaga pelo que vê. Que se apropria do cotidiano e que captura o que lhe interessa.
Para encerrar sua fala, Diélcio fez uma aproximação destes termos da mídia. As mídias fazem parte do nosso cotidiano, integrando três elementos: ver, ouvir e sentir.
O flaneur no midiático seria os dedos que caminham pelo teclado, migrando pelos diferentes espaços, pelas diferentes mídias, com diferentes modos de olhar. Este caminhar e olhar, para Diélcio, é libertador e permite a interação e o diálogo entre os usuários e os produtores das mídias. Destacou assim, que não há passividade na audiência, como também no jovem que percorre os diferentes caminhos que oferecidos pelas mídias. “Há reconstrução de realidades a partir da realidade de cada um. Há diálogo”, concluiu.
Diélcio é professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, onde coordena o Grupo de Pesquisa e de Extensão "Núcleo de Estudos Comunicação, Infância e Juventude (NECOIJ)". É coordenador operacional do Doutorado Interinstitucional em Comunicação Social UFMG/UFMT, secretário de Comunicação e Multimeios da Universidade Federal de Mato Grosso e editor da revista UFMT Ciência.
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